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Expulso um verso amargo da garganta
esperando que ele me salve.
Tusso;
o ar escapa,
as palavras se atropelam sufocadas
nessa explosão de metano
que é
viver.
[...]
Viver dói
e não sei aonde
ou porquê
ou por onde.
Doendo a vida dói
até não ser.
Examino ossos,
cabelos
e pensamentos;
vejo naquele espelho arrebentado
ao pé da porta
as marcas da cara esfolada,
o sal dos olhos
lavando as feridas
e ainda assim
dói.
[...]
Dói saber que dói
sem
porquê!
Bebo vinhos, vinagres,
e alambiques.
Bebo ainda mais os versos
que sobraram na garrafa
da teima;
engulo às pressas
e
nada arde mais que
viver
esse agora.
Talvez a dor formigue até
a mão
e de lá se jogue sem
medos,
culpas,
no papel de plantar Poesia.
Tomara!
Pók Ribeiro
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