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Cabeça da Lua e pés a voar
Minha mãe assim quis,
Numa noite em prata:
Assim sou!
Não me dês canto de pássaro,
guardado à vácuo,
num silêncio abissal.
Não me traga flores mutiladas
Das suas asas,
Abortadas de suas cores,
Como se mata-borrão
fossem.
Minha mãe assim quis,
Numa noite em prata:
Assim sou!
Não me dês canto de pássaro,
guardado à vácuo,
num silêncio abissal.
Não me traga flores mutiladas
Das suas asas,
Abortadas de suas cores,
Como se mata-borrão
fossem.
Não são!
Economiza tua saliva quente!
Não gaste-a em palavras
Que o vento leva,
O sol amarrota e o sal,
Dos olhos, deixam puídas tuas roupagens.
Não se gaste.
Não deixe que a ferrugem
Dos espaços limitados,
Acelere o mofo,
A infiltração,
do sentir.
Não deixe esse zinabre derramar-se
e, num ritual burocratizado,
se espalhar,
carcomendo os risos livres,
Os gestos soltos,
os silêncios emancipados
E o meu amor-pipa.
(sem linha nem cerol).
Desenquadre-se!
Desenquarte seu amor!
Pók Ribeiro
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