A palavra, por excelência, é uma
ferramenta dotada de poderes incalculáveis, graças aos inúmeros valores
semânticos que a ela podem ser atribuídos. Derivada do latim parábola, a palavra é, desde a gênese da
humanidade, elemento de criação, recriação e destruição. E assim tem sido ao
longo dos tempos, dos colóquios despretensiosos aos discursos mais formais, a
sociedade vai sustentando sua evolução (também) por meio da palavra.
E quando essa palavra é arma de
opressão e violência camufladas?
Tenho ouvido e lido, com uma
frequência absurda, a palavra “pêa” e
percebo que nela há mais do que parece. Qualquer dos significados que os seus
emissores adotem carrega a marca da repressão.
Pêa, na liguagem do sertanejo, é o apetrecho, fabricado com couro,
utilizado para limitar a locomoção dos jumentos, cavalos e burros, a fim de que
estes não saiam dos domínios dos seus donos. A pêa é a algema do animal que serve ao seu proprietário, é o
cerceamento da sua liberdade. Seria essa a “pêa”
de que tanto falam? Estaríamos, nós uauaenses, fadados a vivermos presos,
comandados a chicote e vara pelos gestores municipais?
Em outro contexto, a “pêa” remete aos castigos recebidos na
infância quando praticávamos alguma peraltice ou desobediência. Essa “pêa” é a surra, que além de alguns
hematomas causava-nos um forte temor. Ela simboliza, do mesmo modo, a
imposição, a agressão, o medo. Então, é essa a “pêa” que se destina ao povo de Uauá?
Seja lá qual for o significado
adotado ele incute a marca do desrespeito, da repressão, da ofensa
dissimuladas, afrontando claramente a liberdade e a dignidade do povo. O Brasil
lutou por décadas pelo voto direto e livre, pela soberania do povo e hoje estes
princípios são negados.
Façamos do voto o que ele é:
manifestação da vontade livre, exercício pleno da cidadania!
Erika Jane Ribeiro
Realmente. A livre expressão nos dá o direito de fazermos nossas escolhas, independente de qualquer coisa! Viva a Democracia!
ResponderExcluirTexto Maravilhoso!!!Parabéns POK POK!
Luis Sena