foto Erika Pók - Rio Vermelho - SSA |
Destempero amuado
na fala,
no gesto,
no olho ruim,
dessa gente que aponta.
Tortura em palavras,
e
Assevera
em sentença,
sem contradito, aplicada.
Desapontam,
Destroem,
Descontam no outro
a amargura,
que sentem em si escorrer.
É uma gente perversa,
arrotando verdade
nadinha ilibada,
comendo as mentiras que a mídia,
lhe forja,
em banho-maria.
É uma gente que brada,
estufando o peito, latejando de ódio
espumando sua raiva,
num ciclo doente.
Essa gente perdida,
vagando num ermo
de tudo sem nada,
de palavras e atos,
sem verdade vivida.
Essa gente armada,
amarga,
merece demais,
é amor em bocados,
que escorra nos lábios,
que se plante em sorrisos
e no gesto,
na fala,
refaça a essência,
reconstrua essa gente que aponta
e mata:
a alma da gente.
Pók Ribeiro
EU NÃO QUERO MAIS 64
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