segunda-feira, 14 de março de 2016

Poesia Viva


Nasceu no rasgo sangrento
Da manhã,
Teimando sempre em 
Refazer a direção.
Brotou, serena, no grito rouco
Da dor penitente,
Que não se acanha e faz demora.
Resistiu!



A poesia não pediu licença!



A poesia diz

Numa objetividade de causar inveja

A qualquer prosa abalizada.
Não silenciou!




A poesia não eufemizou a ferida!

Despiu-lhe a casca,

Sem meia luz,
Ou verdades metades.
Sentiu na carne de seus versos vivos!




E ela rebrota, em cada fenda dos muros,

No mais ínfimo espaço entre retas,

Tangendo as moscas,
Refutando as névoas 
Que pairam inóspitas
Sobre os versos em transe!
A poesia grita!!




E eu sou a poesia!

Pók Ribeiro

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