Seu corpo, suas regras;
Meu corpo, minhas asas!
Meu corpo, minhas asas!
Sejam os padrões
de magreza e os excludentes números de manequim, os tipos aceitáveis de cabelo
e suas tonalidades, a cor da pele, a permissão de celulite ou sua condenação
perpétua, até a imposição das tendências de moda, cor, acessórios, etc. o fato
é que vivemos cercados e espremidos por regras que nos impedem de ser quem
somos.
E quem somos,
afinal? O que queremos?
Não são regras,
apenas, as que obrigam à magreza, ao alisamento, ao clareamento, ao zero
glúten... entre outras. O contra-ataque massivo a essas imposições também pode
criar uma outra leva de regras e, independente da natureza, elas oprimem.
Antes de ser
como quer a sociedade ou, de ser, extremamente, contrária ao que ela impõe, é
fundamental ser como se quer. Ser é um exercício íntimo e requer, apenas,
liberdade individual e amor próprio em doses imensuráveis. Não há regras,
modelos, guias instrucionais para ser. Somos seres únicos e nossa alma, guardiã
de toda essência, é quem guia (ou deveria guiar) nossas escolhas.
Constantemente
ouço que estou “cheinha”, que meu
cabelo “poderia estar menos bagunçado”,
que eu poderia “usar um batonzinho” e
outras verdades absolutas de quem segue as regras que não me definem. Sim,
estou cheia de amor próprio, de autoconhecimento, de amor pela vida, de desejos
livres, de lembranças lindas, de leituras maravilhosas; Cheia de cores, imagens
e sons que me fazem; transbordando poesia...a poesia se derrama morna e
aromatizada em mim. Eu estou cheia da liberdade que me permite saber quem sou e
lutar, a cada dia, para ser melhor. Cheia
de marcas que a vida me deu e dá. O meu cabelo traz os sinais do vento, os
dedos dessa liberdade que desalinha e me faz sorrir. Trago nos lábios a cor
natural de todos os beijos que quis [e quero] dar, dos versos compartilhados,
das canções ensaiadas, das orações ao Universo...Meus lábios são da cor de minha
alma.
Quando se trata de carreira, relacionamento, filh@s, as regras e os inspetores se asseveram,
embora mascarados. Escolher esta ou aquela profissão, fazer um curso renomado e
optar, livremente, não segui-lo pode ser o Apocalipse para aqueles que vivem reféns
dos padrões e do status (falso) que eles trazem. Relacionar-se por amor, sem
observar raça, idade, gênero é colocá-lo no rol dos loucos, e eu amo a loucura
e sua liberdade gargalhante! Não ter
filh@s e mesmo assim estar inteira, completa e feliz é, para as guardiãs da
feminilidade sacra, um pecado sem perdão; eu, ainda bem, sei de mim, das minhas
vontades e não tenho vocação alguma para santidades. Humana que sou, construo-me
sobre as marcas dos erros que me aprimoram.
É que para minha
alma e meu corpo não há regras, nem modos; há asas!!
Erika Pók Ribeiro
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