Inspirada na página Feminismo sem demagogia |
Somos mulheres, seres dotados de minudências
enaltecidas pelas mais variadas expressões artísticas e estudadas pelos
diversos ramos da Ciência. Sim, somos mulheres e isso basta! Não são as
idealizações poéticas, a beleza intangível da Arte Grega ou a resignação inócua
das personagens romanescas, que nos representam. As que nos representam, são aquelas
que estão na luta diária, na constante batalha por dignidade e respeito, no
fazer pleno e árduo da vida!
É certo que parte da estereotipação,
da figura feminina, é também confirmada e reproduzida por parte das próprias
mulheres, que insiste em obedecer aos ditames preconceituosos desta sociedade,
notadamente, machista e sexista. Creio que a tão sonhada igualdade de gênero, o
respeito, a valorização, só se efetivarão, de fato, quando nos despirmos
completamente dos rótulos; quando ousarmos recusar os moldes dogmáticos.
O que é uma data comemorativa
frente à batalha que se trava todos os dias na sociedade, no meio acadêmico, no
campo profissional e até na própria família? Um número que marca o calendário,
apenas. Claro que ela carrega uma forte simbologia em nome daquelas que foram
queimadas lutando por igualdade, porém outras tantas mulheres são queimadas
todos os dias, de todas as formas que a semântica permite.
Quando nos libertamos das
rotulações, certamente, a igualdade se fará plena! Aí entenderemos que podemos
escolher usar, ou não, brincos, blush, salto agulha e mesmo assim
sermos mulheres. Compreenderemos que podemos optar por não casar, não ter
filhos, não depilar o “canto” e mesmo assim sermos mulheres. Perceberemos,
finalmente, que podemos namorar gozar, outras mulheres sem a fantasia de “Joãozinho”,
(ou sermos sim um Joãozinho, se preferirmos), mas mesmo assim sermos mulher.
A liberdade e a igualdade estão, antes de
tudo, em nós e se as exteriorizarmos em nossas crenças e condutas elas se farão
além do nosso corpo e alcançarão as mentes que ainda adormecem no preconceito e
na ignorância.
Pók Ribeiro
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