domingo, 12 de junho de 2016

Divagações de um cigarro anti-fumo

Foto: Heitor Rodrigues Fotografia
Enquanto escrevo mais um cigarro
e assopro suas fumaças alérgicas
pra bem longe,
o verso se apaga!

Ao lado, um analgésico repousa, já morno,
no copo marcado em carmim,
como se tuberculoso fosse.
  - Não beba aqui!
         JAZ!



Nesse ínterim, tanto eterno,
aquela nuvem já não sombreia
e
nem sei quando se foi.
É que, enquanto penso,
a vida desmancha mais
e última cinza cai no caco
que sobrou.



                                                         Pók Ribeiro

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