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Desta noite,
Mansa escuridão que te
Mete medo
Sorvo o colostro dos sonhos.
Do frio que reclamas
e a pele treme,
Ganho o fogo que aquece
A alma refeita.
Neste silêncio que te perturba
Encontro o germinar
De versos sonoros.
Onde vês tropeço,
Lágrima,
Eu vejo um verso que baila
dançando um bolero
(de Isabel ou de Ravel).
E onde vês fim,
Existência mórbida,
Eu flutuo a trilhar...
Escada torta que me leva ao céu!
Erika Pók Ribeiro
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