domingo, 11 de dezembro de 2016

Liberté


foto Erika Pók - Rio Vermelho - SSA

Destempero amuado
na fala,
no gesto,
no olho ruim,
dessa gente que aponta.
Tortura em palavras,
e
Assevera
em sentença, 
sem contradito, aplicada.
Desapontam,
Destroem,
Descontam no outro
a amargura,
que sentem em si escorrer.

É uma gente perversa,

arrotando verdade
nadinha ilibada,
comendo as mentiras que a mídia,
lhe forja,
em banho-maria.
É uma gente que brada,
estufando o peito, latejando de ódio
espumando sua raiva,
num ciclo doente.

Essa gente perdida,

vagando num ermo
de tudo sem nada,
de palavras e atos,
sem verdade vivida.
Essa gente armada,
amarga,
merece demais,
é  amor em bocados,
que escorra nos lábios, 
que se plante em sorrisos
e no gesto,
na fala,
refaça a essência,
reconstrua essa gente que aponta
e mata:
a alma da gente.


Pók Ribeiro
EU NÃO QUERO MAIS 64

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