domingo, 10 de julho de 2016

Tempestade


Ouço o sorrateiro caminhar do tempo
Que passa leve, alisando as janelas 
de minha alma.
Arrodeia,
Num ritual perpétuo,
e vai deixando, sobre minha pele,
Recados escritos à mãos e lábios
que me fizeram.

É o tempo que chega, assoviando
as cantigas que ninaram quem sou.
Recontando os dias, de riso ou dor,
que na lida constante,
no verso que nasce
ou no poema que encerra,
Reconstroem o que sou.

É esse tempo que vai, nesse tempo que
é dele,
Arreliento menino
que chega e se esconde,
faz festa ou emburra-se,
Sempre abrindo as veredas
pro voo que é meu!

É o tempo que passa
e vai,
pendurado nas datas
que passeiam sem fim.


Pók Ribeiro
Uauá-Bahia

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