quarta-feira, 25 de julho de 2012

Puck



( À minha nova alma irmã)

Vens lá dos bosques do Olimpo
dos berços dos elfos e deuses,
banhado num orvalho de cores:
não és deus,
não és homem,
nem menino...
Transmutas a exatidão ocre deste mundo
em versos etílicos que roubam o chão
(ainda bem!)
e nos atiram,
palpitantes,
ao céu dos nossos sonhos!
És anjo levado,
Duende rebelde,
Um Puck* desastrado
que pinga, nos próprios olhos,
o colírio alucinante...
E vai,
Espalhando risos meninos,
Amarrando laços infindos,
Vagalumeando-se...
E já é
pirilampo de nós!

Erika Pók Ribeiro

* Puck, elfo trapalhão, personagem de Sonho de uma Noite de Verão - Shakespeare

Um comentário:

  1. E vc me diz que não existe amor? Como, então, explicar este amor a primeira vista?

    Não há como explicar...

    Com tamanha petulância e altivez, vc invade minh'alma e traça o mapa de minha intimidade, de meu pensamento, daquilo que nem eu conscientizo que faço (e desfaço). Invade e brinca, ri meu riso e chora minhas lágrimas.

    É inexplicável. O óbvio experimenta o sabor do improvável e muda tudo. Um caminho, uma trincheira... As pedras de Uauá não estão imóveis. As pedras preciosas de Uauá brilham toda noite, vagalumeiam no jardim da poesia. E eu - todo orgulhoso - tenho o privilégio de participar deste balé madrigal, desta dança dos descontentes, que riem de forma sombria a mais sincera felicidade.

    Obrigado, com muito amor.

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